Arrancaram-me o coração.
Tropeçou entre pés sujos e vulgares,
Entre mãos gélidas e traiçoeiras
De um lado para o outro…
Até que alguém, alguém o olhou!
Traçou-lhe novas linhas,
Ornamentou novas cores
E apagou cada estigma nele visível!
E alimentou-o com um pouco de amor pela noite.
Alguém pegou nele e emoldurou-o!
Pregou-o na parede e o deixou visível a olhos nus!
E lá estava ele a bater vivaz como se tivesse um corpo.
Mais tarde cada olhar que nele raspou
Viu-o como um quadro perfeito, pregado numa parede banal.
Cujo um regular humano, sem alguma noção de arte
Lhe olhou, o ajustou e o centrou num quadro perfeito.
E hoje o meu coração bate!
Bate entre olhos, bate entre palavras,
Entre paredes, fumos, devaneios, rumos,
Histórias emoções e confissões
Mas bate …
Porque fizeste dele um coração visível,
Bate em todos os lugares, em qualquer parede,
E não foi preciso ser artista para fazer um coração bater feliz
E deixa-lo transpor a beleza num quadro para mim agora perfeito!